Lenda XXVIII : Estrela de Breogám
Estrela de Breogám
Com tanto pranto enchiche
o teu jerro de bágoas,
teu coraçom de penas,
tua vida de tristura.
Mais tua força divina
sacudiu teus pesares.
Já tua grandeza anunciam,
os cucos, seus cantares.
Feita de sangue alada,
engurrunache a alma
com coraça de ouriço,
pra que nom te mancaram.
Quando todo era preto
e negro como o carvom,
petou um raio de Sol
na tua primavera.
Vestias farricalhos.
Agora és uma estrela.
Hoje sintes-te nova,
coma noiva vestida.
Foche um pito famento,
agora uma sábia águia.
Tua ánima calada,
é Universo profundo.
Indestrutível Deusa,
só feita de bravura,
cuma extensível alma,
és a dona do Mundo.
Renasciche entre o pó,
da já morta borralha,
queimando quanto haja
a impedir o teu voo.
Chimpas calquer valado,
abres as nossas portas
e furas nos penedos;
sementas o nosso eido.
Coa tua paz e teu amor
todo cala ao teu passo
e medram as árvores
e churem os acivros.
Rebentou teu coraçom
em plena libertade.
Escascache o teu ovo,
deixache de estar presa.
Nasciche triunfadora
ave dum novo Mundo.
Raminho de mimosas.
Estrela de Breogám.
🌟
Moradelha editora
Comentarios
Publicar un comentario