Publicacións

Mostrando publicacións desta data: xaneiro, 2020

Lenda XVIII : Atenea

Imaxe
Coruja de Sargadelos Atenea Sentado na banqueta do corredor, vim-lhe os olhos à coruja. Eu escrevia poemas, inspirado no tempo e as cores do espácio e de súpeto marchou a luz. E na escuridade apareceu a Deusa Atenea, disfarçada de homem. As suas mans secas e dedos longos raiavam-me os papeis e intentavam arrincar-me a chambra de linho, coma querendo roubar-ma. Entom eu saquei-na e dei-lhe-a e marchou zurnindo polo corredor, cada pouco mais ancho, mais grande e mais negro e desapareceu coma noitebra, disolvendo-se numa neboeira, coma se fora noite pecha e fria, com lua nova e ouveos. Se a tua mirada é limpa, teu corpo estará  alumiado. Se o que há en ti son noitebras, vivirás sempre na escuridade. 🌟 Moradelha editora

Lenda XVII : A Carvalha Língua

Imaxe
Elegia da Língua -- o -- 1 No Ribeiro de Santomé havia um velho carvalho. Um dia prendêrom-lhe lume. Mandárom-no pra o caralho.  2 Ja há mais de quarenta anos, quedou tam só o pé do toro. Muitos carvalhos arcanos decotárom sem decoro. 3 E plantárom-lhe arredor uma dúzia de eucaliptos que queimou aquele verdor, onde deitavan-se os ventos. 4 Carvalha, Língua chamada, porque as suas folhas no outono, púnham-se da cor rosada, coma se foram um sono. 5 E mentres os eucaliptos que de medrar nom paravam, sentiam-se na terra gritos de raices que falavam. 6 O noso velho carvalho latejava co seu toro, coma um gigante bugalho, com tam sequer um só poro. 7 Tam só tinha um fio de vida, à espera do seu tempo, que ja viria em seguida, quando do eucalipto ò chimpo. 8 Um dia o Fénix e a Borralha, gatinhas irmás do Mundo, forom cheirar a carvalha, virom um retono ò fondo. 9 A dúzia dos eucalip...